Sorte e Azar nas Apostas

A sorte e azar são termos que acompanham o ser humano desde os primórdios. Quem nunca utilizou o termo após o resultado de alguma ação? Independente a quem seja atribuída a origem dos termos, seu uso faz parte do nosso cotidiano. Nas Apostas Esportivas não é diferente: A sorte e o azar estão presentes! Mas calma. Não é tão simples e essa afirmação precisa ser vista por dois ângulos. E é isso que vou trazer hoje.

CURTO PRAZO VS LONGO PRAZO

Para iniciar, preciso trazer um dos temas mais difundidos nas apostas esportivas: Curto Prazo VS Longo Prazo. Para muitos o Curto e Longo prazo fazem parte do viés subjetivo das apostas, logo o meu entendimento sobre curto/longo prazo pode ser diferente do seu. Todavia, para objetivarmos esse entendimento, trarei como base para o entendimento de longo prazo a Lei dos Grandes Números.

 

Complicou? Calma.

 

Sobre isso, só iremos falar que quanto maior a amostragem do seu método de trabalho, mais no longo prazo você estará. Ou seja, quando você atingir 1000 apostas, você entenderá que quando você tinha 250, na verdade, você ainda estava no curto prazo.

Sabe qual a importância de entender essa parte? É muito simples. O exemplo da Moeda ao ar nos ajudará nisso. Se você possuir tempo (e paciência), pegue uma moeda e comece a jogá-la para cima, sem qualquer vício criado propositalmente. Ahhh... Hugo. Todos nós sabemos que o resultado será 50% cara – 50% coroa.

 

Sim. Todos nós sabemos. Entretanto, quando essa proporção será atingida? Após 20 arremessos? 50? 100? 1000 arremessos? No final, não importa. Você tem consciência que se após 20 arremessos aparecerem 15 caras e 5 coroas, isso foi fruto do acaso, da sorte ou do azar. E se após 1000 arremessos, a proporção for 600 – 400, o motivo é o mesmo.

Após essa explicação, partamos para as apostas esportivas!

Todos sabemos que há apenas um caminho para ser lucrativo nas apostas esportivas: Realizar somente apostas que contenham Valor Esperado Positivo (EV+), e para identificar esse cenário é necessário criar um modelo de precificação, para que se possa identificar as reais probabilidades de um evento ocorrer. Independente se o modelo de precificação é quantitativo ou qualitativo, ela deve ocorrer.

 

Quando determinamos as chances de um evento ocorrer, conseguimos prever quantas vezes aquilo ocorrerá em X repetições. Exemplo:

BARCELONA AH -0.5 (91%)

GRANADA AH +0.5 (9%)

Dentro desse exemplo, ao afirmarmos que em eventos com essas características o Barcelona vencerá o Granada em 91% dos confrontos, não estamos, necessariamente, afirmando que em 100 partidas o Barcelona vencerá 91, ou que em 1000 ele vencerá 910 vezes. Um dos motivos disso não poder ser afirmado passa, também, pelo fator Sorte e Azar. Há fatores que podem influenciar o resultado de um evento esportivo que não estão inclusos em um modelo de precificação. E em esportes Low Score, como o futebol, esses fatores são ainda mais decisivos. Afinal, um pênalti mal assinalado pelo juiz, ou perdido pelo batedor, pode ser muito mais decisivo do que um arremesso de 3 pontos falhado, ou 3 lances livres seguidos falhados no basquete.

 

Em cima do exemplo acima, podemos imaginar diversos cenários para que o Barcelona não consiga vencer, dentro dos 91% de vezes que seria justo, a equipe do Granada. Talvez, pelo fato de Messi ter se lesionado aos 5 minutos de partida e aos 15 Suarez ter mordido o árbitro. Talvez, o árbitro assinale 2 pênaltis inexistentes a favor do Granada. Isso, sem sombra de dúvidas, seria o AZAR agindo em desfavor dos que apostaram no Barcelona, e a SORTE agindo em favor dos que apostaram no Granada. Todavia, esses mesmos fatores, no longo prazo, agirão de forma inversa. Ou seja, nos 9% de vezes que o Granada deveria não perder esse confronto, ele perderá por conta de fatores que fogem do controle (sorte e azar).

 

 

Para iniciar minha conclusão, é preciso afirmar que a sorte e o azar estão ao lado do apostador esportivo, contudo, possuem pesos diferentes no lapso temporal da vida do apostador. Em uma análise no curto prazo, a Sorte ou Azar podem influenciar negativamente a vida do apostador: Com uma série positiva decorrente de um período de sorte, pode levar o apostador a uma ilusão vencedora. E uma curva negativa oriunda do azar pode levar ao apostador desistir de um modelo que, no longo prazo, seria vitorioso. Em uma análise profissional, baseada no longo prazo e na Lei dos Grandes Números, sorte e azar possuem o mesmo peso e acabam por se anular. Sim, isso mesmo: Os benefícios oriundos da sorte, serão anulados pelos malefícios do azar e vice-versa.

E, por fim, é imperativo afirmar que sorte ou azar, apesar de estarem no dia a dia do apostador, não serão, em hipótese alguma, um fato decisivo na vida do apostador profissional!

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